quinta-feira, 12 de março de 2015

Resenha Critica do filme: Transcendence - A Revolução

O filme produzido em 2014 e estreado no mesmo ano, foi dirigido por Wally Pfister, mesmo sendo fortemente atacado por críticas e recebendo da Rotten Tomatoes 19%, onde o ápice é o 100%, no “tomatomater”, o filme consegue envolver pelo assunto abordado: A Inteligência Artificial, e o domínio do homem sobre a máquina ao ponto de se tornar um deus. E que já foi cenário para inúmeros filmes, onde podemos perceber essa relação de transferência de mente para computador no filme Capitão América 2: Soldado Invernal. Onde o Dr. Zola consegue o mesmo feito, que o personagem central do filme.

Os personagens centrais são interpretados por Johnny Depp que faz Will Caster, um cientista que acredita que o futuro está nas mãos dos computadores. Ao mesmo tempo, dentro dessa realidade, um grupo de contrarrevolucionários faz o possível para impedir que a ciência chegue a um estágio tão perigoso. Kate Mara interpreta uma das pessoas que lutam contra esses avanços científicos. Já Paul Bettany é Max Waters, outro cientista, amigo de Will, mas um sujeito preocupado com esses experimentos, que já estão em fase muito avançada.

Esse filme traz como personagem central Will Caster e sua esposa Evelyn Caster, esse casal é voltado ao estudo de tecnologias e avanço da Inteligência Artificial. Caster é um neurocientista especializado em inteligência artificial brilhante e renomado pesquisador no campo em que atua, onde trabalha possui como objetivo criar o primeiro robô com inteligência e sentimentos totalmente humano.

Logo no início do filme, Will é confrontado por uma plateia numa palestra a respeito de possibilidades de mudar o mundo através da tecnologia, onde a criação de um computador autoconsciente que atravessaria a fronteira entre o homem e a máquina. Acusado de tentar criar um novo Deus, ele responde: “e não é isso que o homem sempre tentou?”.

Durante esse evento, ele é toma um tiro vindo de uma organização que luta contra esta evolução científica. A bala continha uma substância radioativa tóxica e letal, ele foi contaminado e morreria em pouco tempo. Diante da morte iminente, sua esposa e pesquisadora Evelyn e Will decidem fazer um upload da sua consciência para o banco de dados do gigantesco computador chamado P!NN (um mistura de computação quântica e rede neural física e independente, projetada por Caster), que manteria a sua consciência viva e preservada, de acordo com um estudo antigo realizado por ele em um Chimpanzé.

Inicialmente o backup parece mal sucedido, mas depois de um tempo, Evelyn e Max, percebem que a máquina respondeu aos incentivos e, depois de alguns testes de personalidade, observam que realmente se trata de Will Caster. Após a ousada operação, sua consciência ressurge como uma espécie de cópia da sua alma e prontamente exige um acesso super-rápido à Internet.

Mas o que ou quem é essa nova entidade digital consciente? A reencarnação digital do amor perdido de Evelyn? Ou uma entidade cada vez mais voraz, uma extensão tecnológica distorcida das próprias ambições de Will Caster?

A partir daí as coisas começam a ficar interessantes. Evelyn é cercada pela organização anti-tecnologia e a máquina-marido a instiga a fugir e criar uma nova forma de vida em um lugar longe dali.

Passam-se cinco anos de intensas construções e investimentos até que o sistema é revelado e pessoas da localidade com deficiências físicas como cegueira, surdez, paralisia, entre outros, eram magicamente curados de suas deformidades se, em troca disto, aceitassem viver “conectados” com o computador central. Inicia-se a esperada revolução, mas não é bem assim.

Para que uma máquina com consciência humana? ou seria realmente possível fazer um backup humano de sentimentos e lembranças e depositá-los na rede com livre acesso?  Ou ainda mais poderia o ser humano criar uma nova forma de deus? 

Esses questionamentos aparecem naturalmente com o passar do filme e é uma das únicas coisas que realmente interessaram, essa sensação de até onde a humanidade seria capaz de chegar? Infelizmente não há um aprofundamento dessas questões porque o filme, apenas passando a ideia de conceitos e diálogos infindáveis.

A grande virtude de Transcendence é o problema do Poder a confluente entre Inteligência Artificial, neurociências e computação. A grande questão da futura onisciência e onipresença de corporações como Google e aquelas por trás do projeto da Internet das Coisas não é a do Poder vulgar em conquistar mais dinheiro e controle político: é o Poder pelo Poder, como jogo, vontade de potência em transcender os limites impostos pela ética e moral humana representado pela superação do próprio corpo.

É a vontade que procura expandir-se, superar-se, juntar-se a outras e se tornar maior. Tudo no mundo é Vontade de Potência porque todas as forças procuram a sua própria expansão. A vontade de dominar, fazer-se mais forte, constranger outras forças mais fracas e assimilá-las.
A chave de compreensão do filme Transcendence está na fala da consciência de Will Caster quando desperta no interior de P!NN:


“Vou precisar expandir. Preciso de mais energia. Preciso de um processador três vezes mais rápido do que o sistema atual. Não consigo descrever, é como minha mente estivesse livre. Precisam me colocar on line. Preciso acessar mercados financeiros, banco de dados educacionais...”.

Um comentário:

  1. Eu gostei, havia muitos elementos que pareciam muito atraente para mim, a sequência de ideias foi bom, mas alguma coisa aconteceu durante esse filme que não se conformava Trascender; no entanto, é um muito interessante para quem gosta de filme de ficção científica, o colapso da humanidade e do governo conspirações. Ele tem seus contras, mas é definitivamente interessante perguntar-nos mesmo com filmes, dilemas éticos que existem na ciência e desenvolvimento. Nós dois estamos dispostos a sacrificar a nossa ética e morais, a fim de salvar vidas; um debate que queima quando se trata de células, nanotecnologia e ciência médica-tronco.

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